Até onde vai nossa máscara ?

Certa vez eu fiz um treinamento comportamental, desses de arrepiar nossos cabelos, virar a gente de pernas para o ar e causar realmente um alto-impacto dentro e fora de nós mesmos!

Diziam que por meses a gente ainda poderia ficar um pouco fora do ar e as fichas irem nos caindo aos poucos....

Temrminavamos o segundo dia indo para o terceiro, e eu não conseguia levantar da cama...lágrimas brotavam do meu rosto. Não era um choro pontual, conpulsivo... mas um choro ameno...calmo, quase sem chorar...mas cascatas jorravam dentro de mim...

Então, um dos líderes veio ao meu encontro para me levar para a primeira atividade do dia ...e eu não queria ir. Não entendia aquela tristeza que brotava no meu peito meio sem razão...

Justo eu? Eu costumava ser uma pessoa alto-astral, sempre com uma personalidade muito vibrante...intensa, alegre! Costumava contagiar todos os lugares onde colocava os meus pés...até por vezes, e eu diria que na grande maioria delas, chegav a incomodar os menos "aparecidos" ou mais tímidos, tamanha era o meu grau de exposição. Então conversei com este líder sobre o fato de não estar compreendendo o que se passava comigo naquele momento e o motivo de eu não querer ir para a próxima atividade...porque aparentemente, não havia motivo nenhum ali digno de toda aquela tristeza que brotava dentro de mim.

Mas este treinamento não era para os fracos, o contrário, era para os fortes, para pessoas que precisam e querem se entender. E, como eu buscava compreender essa minha personalidade, entender o porque eu er deste jeito e não de outro. O porque eu tinha tantos problemas e era sempre vista como a briguenta, a geniosa...o porque de tão pouca paciência neste meu ser. 

Esta já era a segunda vez que participava deste treinamento, em instituições diferentes. A primeira eu havia feito há 10 anos atrás, em uma instituição denominada "Olho de Tigre". Este primeiro treinamento me promoveu um pouco de alto conhecimento, porque ali eu havia percebido o como não sabia mesmo, definitivamente lhe dar com a raiva e com a frustração. Coisa essa que a minha familia já entendia muito bem...o que eles não entendiam era a gravidade disso e onde isso, de fato poderia me levar. Eu sempre escutva de meu pai a seguinte frase: " Você tem razão na maioria das vezes...mas perde a razão na forma como você a expõe para o mundo". Sim! Eu sempre, inevitavelmente explodia como um vulcão em erupção e a razão que me era até então aliada, deixava de ser em questão de segundos. Eu tinha algum problema comportamental, fato! Mas ninguém entendia isso como um problema, entendiam isso como : gênio ruim! ou " problemática"...o que chega a ser, em nossa sociedade, quase um sinônimo para a característica de ser mulher. 

Neste primeiro treinamento, em uma das atividades, quando eu me senti absolutamente injustiçada...e tinha mesmo propositadamente sido, eu chutei uma árvore ! Sim, chutei-a com tanta e tamanha força que não percebi os danos posteriores obtidos com tal atitude leviana, a mim, e menos ainda À arvore em questão, amiga sincera a qual peço delicadamente meu perdão...

No calor da emoção e das atividades decorrentes, continuei a realizar minhas atividades...e foi então que, de repente, no meio da próxima atividade em questão, não conseguia mais colocar os meus pés no chão...

Este treinamento trabalhava as 4 emoçoes básicas do ser humano: amor, tristeza, raiva, e não me lembro mais exatamente qual era a quarta. E foi exatamente por isso que o folder do tal treinamento chamou-me a atenção. E foi justamente para trabalha-las dentro de mim que optei por realizá-lo. 


Pois bem, neste exercício especifico em questão, trabalha-se  a raiva certo? Eu não conseguia colocar os meus pés no chão porque havia deliberadamente arrebentado o meu pé! Ele partiu-se! Quebrou! E eu termino as demais atividades, e todo o resto do treinamento em uma cadeira de rodas e ao final, onde todos saiam com uma sensação maraviklhosa, eu me encaminhava para o hospital. 


Acho que foi por este motivo que optei em realizar o treinamento novamente. Eu não havia tido as mesmas sensações no restnte das atividades que os demais. Havia saído do treinamento com uma sensação de fracasso...de boicote À mim mesma e precisa concluir isso dentro de mim. 


10 anos se passaram e toda a minha família estava realizando o treinamento: meus irmãos, meus cunhados. Um deles tinha ido e arrastado os outros. Eu havia tentado também, mas não sei se com a mesma perspicácia, pois eu ainda não havia entendido que aquilo tinha de alguma forma sido bom para melhoria de alguma performance, fosse ela de cunho pessoal ou profssional. Não conseguia enxergar o que, de fato, havia mudado. A partir daquele momento a única lição até ali parendida havia sido que jamais, em momento algum, hora nenhuma e por motivo nenhum do mundo eu, quando estivesse com raiva, deveria jogá-la para fora de mim, ou seja, coloca-la no mundo externo, pois isso so prejudicaria à mim mesma e voltraai para a minha própria pessoa na mesma proporção. 


Enfim, todos os familiares realizando o tal treinamento...e eu pensei:

- Porque não fazê-lo de novo? 

Diga-se de passagem, não é um treinamento fácil de se fazer. Realmente a gente sofre psicologicamente, emocionalmente e fisicamente, ou seja, em absolutamente todos os sentidos...mas, haveria algum fruto a se colher disso tudo. Alguns familiares saiam tão extasiados, tão querendo levar outras pessoas... 

Fato é que uns disseram nunca mais querer voltar...

Mas eu sempre foi otimista inveterada e eu já o tinha realizado antes...então imaginava que não poderia ser ruim e que talvez, por já te-lo feito, desta vez passaria de forma mais branda por tudo aquilo. |#sqn

Estava eu lá, despencando a cascata sem fim de dentro de mim. Contei para o lider tudo aquilo que alvoroçava o meu coração e me dava motivos de sobra para não querer mais voltar as atividades. 

E disse à ele:

- Eu, de fato, não estou entendendo porque estou assim. Eu sou sempre tão alegre e olha para mim. Estou parecendo uma pessoa alegre agora?

Eis que ele me pega nas mãos , já me encaminhando para a porta e me retirando do quarto, e diz:

" Será que você é mesmo tão alegre assim, ou isso tudo era só uma máscara que a protege?"

Fiquei intrigada...voltei para as atividades e aquela frase nunca mais saiu de minha cabeça....







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